Gali
Hip Hop de SP
[Verso 1: Raillow]
É o amargo da vida, ânsia, ouço buzinas
2030 e atividade na vila!
Ganja solta a vela, acende que a favela grita
E o silencio perturba, as linhas brancas e o teto cinza
E as esquinas sob os olhos de Deus, e a cidade gira
E a função nas costas do Cristo
E eu pensando nisso, Se o mundo caísse
Se meu mundo acabasse, se terá outra saída
Por mais que eu sorria nas fotos, o peito ainda chora
Mas não importa. Eu vou trilhar o melhor caminho
E contar as melhores histórias!
Então vai ser aqui e agora
Com a coragem que eu sempre tive
Com o medo que sempre volta!
Com a favela que agora vive
É a revolta da política, que nois não entende mas vota
Vai e vem, disse me disse, e as gritaria na porta
E dois mil esquemas na bolsa
É aquela outra história...
Se você ta olhando, disfarça
Aqui ninguém ouve e ninguém conta
E alguns cantam e canta a cena pro águia
Eles distorcem e te mostram
Proíbem, mas liberam no arrego pra barca!
E vende e prende e solta em nome da pátria
Bolsa, roubos, cotas, acertos e ciladas
Corpos, mortes, notas, quem some quem salva
Rock, noites, rotas, drogas baratas, ratos e cobras
É o tudo ou nada!
Antes da meia noite é que a sereia canta
Skunk na seda, White Horse
E as carreiras brancas
Ai é onde a onda máxima te alcança
Aqui não ta tão fácil tirar as balas das crianças
[Verso 2: Gali]
Dancei a cumbia com a Medusa, assim de pertin
E perguntei pra ela: “O que cê quer de mim?”
Facadas nas costas, podres propostas
Igual o dinheiro que manda na população
De dentro da cova, o grita a desova
Sem o raciocínio, só o instinto sem escola
Escravidão virou condição de trabalho
1% dos brasileiros tem mais que o resto todo junto
Ladrão com tudo pago pelo estado
Brasil novo patriota, não só em época de copa
Foda-se o Bolsonaro! Tem nego que gosta de ser idiota
Criança apanha da polícia, policial satânico
Com o espírito maléfico, do tipo que veio e vai voltar pro inferno
País do caos e retrocesso, sistema complexo e burocrático
E o que vende é sexo, armamento bélico
Mulecão na função, o cliente é cara pálida
Colônia de exploração. Privatizaram a água
Bomba atômica, sangue, chuva ácida
A esperança de molho, em um balde de lágrimas

[Scratches: DJ Fire]
Depois da meia noite, eu sei que o bicho pega!

[Verso 3: Leal]
O meu peito é um vulcão, a mente o Everest
Algumas decepção jão, pra eu não ser simpático
Sorriso verdadeiro né, só pra quem merece
E uns céticos taxando, achando que eu sou lunático
Em um mundo que além de estranho, muitas vezes é mágico
Em segundo acho que eu ganho e perco algo fantástico
Trágico, menor de 12 no tráfico
Clássico, pra um país com patriotismo simbólico
Flácido, tudo na mão do palhaço
E o sentimento sem retorno deixa o peito eufórico
É ácido! A fita é tomar cuidado
E a consciência adulterada não disfarça o caótico
Lógico, ta pensando o que? Ta querendo o que?
Se eu apertasse a mão do medo
Eu nem tava aqui pra poder dizer
O quanto, o mundo precisa ser melhor
Sem precisar de cientista louco
Que usa nois de teste
São mosquitos criados e a bíblia falando de peste
Doenças implantadas e as armas com os menor na leste
O mundo é rude quando suas atitudes te tiram da altitude
Reconheço o erro. Depois faz o enterro das idéias
É necessário que cê mude!
O ego inflado não camufla meu sorriso
Se acha grandioso e não é nem uma bola de gude
Pro universo, ponho meus versos na batida e bato nela
Convoca o Coruja que dichava, não ramela
Locais diferentes, a mesma situação
Aqui quem mata é a rota lá é o caveirão
Kadu a mil, na 23 mais uma vez sentido norte
Deixa os verme vim na bota, ele gosta de despistar
Eles falam de dinheiro, só querem boot de mil
Eu to com minha mente a mil, vamo ver no que dá
[Verso 4: Coruja BC1]
Eu nem preciso chamar no VAR
Pra ver que a fome não faz falta
Quem quis minha moral no chão
Hoje vai ver meus vídeos em alta
Hostil é chamar o inferno de abrigo
Estamos em território inimigo
Hoje os moleque da minha quebra
Sonha em ser Mbappé
Duas chuteiras indo pro treino
E a polícia quis me bater
Voltou com ódio do universo
Sonhando com uma pt
Já que pra eles, nós de terno
É belo só quando morrer
Vai, acende um beck chapa e manda se foder...
Acende um beck chapa e manda se foder...
E acende um beck chapa... e manda se foder!
PrimeiraMente convocou, é o HipHop de SP
E o exemplo que você não deu
Faz o que digo Não o que eu faço
A verdade é que você vendeu mata leão como abraço
Querem dominar nosso espaço
Eu to marcando território, Eu to fudendo com seu jogo
Com tuas groupies de auditório
Porque eu tenho que provar tudo se vocês nunca me deu nada
É como um stand up ruim, não vejo graça na piada
É um novo pra dia pra fingir, então deixa eu forçar risada
É um novo dia pra eu fingir que creio em histórias mal contadas
[Verso 5: NP Vocal]
Que tragam pra mim
O justo pra mim
Que imune me do mal sei
Que unânime dos seus
Querem meu fim
Seus livros não li
Vocês mentiu pra mim
Mandou me render deu tiro em mim
Parei mais vai vim
Você vai ver vai vim
Milhares de um pedaço de mim
Num nível mais ruim que o meu
Pus pra dormir, mas só fui dormir
Depois que eu vi que dormiu
Quem pôs meu pai pra dormir

[Scratches: DJ Fire]
O foda é que a alma não morre!